8 de dez. de 2012

a carta que eu enviaria (antes do fim do mundo)... se isso mudasse algo

eu não sabia que isso iria acontecer. mas para ser bem sincera, mesmo se eu tivesse como adivinhar, eu não teria feito nada diferente... a gente tá na vida é pra viver.

não sei o que me motivou a entrar nessa... aventura? curiosidade? carinho? tesão? a única coisa que tenho certeza é de como a minha temperatura mudava quando a sua respiração se aproximava da pele do meu pescoço. essa dança estranha de quente-frio-longe-perto me fez querer ter a sua presença constante. quando você saia do meu campo de visão o ciúme apavorava... quando você dava toda a sua atenção para qualquer outro ser que não fosse eu o nervosismo batia. pronto, saquei... estava gostando de você.


tá, eu sei... somos muito diferentes. e daí? no que isso atrapalha? não estamos no mundo pra aprender uns com os outros? seria um prazer poder aprender e ensinar em uma parceria (somente) com você.


na minha fantasia não tem lugar para terceiros, quartos, quintos. o espaço é apertado, só cabem nossos quatro pés, nossas quatro mãos, duas bocas e dois corações. eu não estou apaixonada, não quero te pedir em casamento... mas queria muito poder dividir o sofá e um balde de pipocas em uma dessas noites (ser precisar de agendamento prévio), falando bobagens e comentando sobre os personagens do filme que passa lentamente na televisão, servindo de desculpa para estarmos ali na frente dela. mas não quero só o filme e a sua companhia. quero os seus melhores beijos, os seus melhores jeitos, as suas melhores olhadas. quero tudo pra mim e não, não sei (te) dividir.... e nem quero aprender.


na maioria das vezes você ganha somente sorrisos da minha boca, somente palavras doces... mas várias coisas que você faz me irrita: a sua mania de roer as unhas, a sua preguiça em tomar banho pela manhã, o seu jeito de ser grosso brincando, a sua atual confusão, o jeito com que você anda ocupando o teu coração, a pessoa que você escolheu para passar a maioria das horas do teu tempo livre. isso tudo me irrita e me incomoda, não posso (e nem quero) negar. porém nada posso fazer a não ser aceitar as suas decisões e seguir em frente. nunca faria nada sem a sua permissão e sem a sua vontade de compartilhar o momento.


gosto de ter você por perto, de poder usufruir da sua amizade... infelizmente em alguns momentos eu sou gulosa e quero sempre mais. queria poder te alugar o ouvido, o colo, o carinho, a língua e o nariz no momento em que me desse na telha. queria ficar abraçada conversando amenidades e vendo as nuvens passearem no céu languidamente. queria poder desvendar todo o seu corpo, sem pressa, somente com o meu olfato e assim passar a desbravá-lo com os outros sentidos também. queria tanta coisa que fico tonta de tentar listá-las agora...

eu não sei o que será do amanhã, eu não sei o que será dessa história tão incomum que ando vivenciando... eu não sei de nada. mas não tem jeito, uma coisa eu sei... eu sei que de uns tempos para cá um cacho de uvas verdes sempre arranca o meu sorriso. e intimamente eu torço para que eu, sozinha, possa desfrutar dessas uvas, gostosas e enigmáticas. uvas destinadas a mim. só a mim e a mais ninguém. em algum momento próximo. 

... de preferência, antes do mundo acabar!

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