25 de out. de 2010

eu?

eu? eu tenho 25 anos e sou segura e insegura. quero ter paciência, mas sempre enfio os pés pelas mãos. falo alto, mas adoro um sussuro no ouvido. prefiro quebrar a cara lutando do que nunca ter tentado. sou imperfeita na minha mania perfeccionista. o açúcar acalma meu ânimo, o maracujá mexe com meus brios e a garganta seca toma conta de mim quando nervosa. minha perna esquerda tem vida própria e me entrega quando estou encantada/alucinada/nervosa/excitada. 
ainda sou muito mais o Freud do que o Lacan, e não abro mão do desejo. adoro ajudar as pessoas que eu gosto, mas algumas horas me interpretam errado e pensam que eu fico muito disponível, me magoando muito com essa idéia. tenho poucos amigos, mas mato e morro por eles. sou romântica e acho isso um dos meus maiores defeitos. a esperança gruda em mim como chiclete e isso dói. ficar sozinha pra mim é uma das melhores terapias, gosto da minha companhia, mas preciso me dividir com alguém em alguns momentos. o silêncio muitas vezes me irrita, mas é um ótimo calmante para as minhas idéias a mil por hora na caixa craniana. alguém me disse um dia que eu sou "o caos" e agora tô achando que existe um pouco de razão nessa afirmação babaca. cada minuto é um presente que eu nunca mais esquecerei. eu me esforço pra acertar e sigo errando, é bom... 
é assim que se aprende, né?

21 de out. de 2010


"Não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha à mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar..."
Caio Fernando Abreu

10 de out. de 2010

"Toma meu anjo, vocês tem direito a um edredon."


Da aparição dos primeiros fios de cabelo branco até a busca pelo local perfeito para beijar seu garoto com mais privacidade é que são feitos os dias mais ácidos e doces. Você banca a espertinha, a engraçadinha, a don-juanzinha e bingo! tasca um beijo na presa. Na pressa de aproveitar cada minuto do seu lábio no dele você esquece de preparar um plano para o depois das salivas. E agora? "Nada sei sobre onde ou como levá-lo para aproveitar melhor a cena.". Beijo pedido? Beijo incentivado? Beijo dado no estacionamento do japonês. Nossa, nunca pensei que ali seria o cenário de algum momento de amor da minha vida. E foi. Pronto. Foi, a largada foi dada, mas acho que atropelamos o tempo. Enfiamos os pés pelas mãos. Será que foi melhor assim? "Não sabe quantas horas vão ficar, né?". Do primeiro beijo, ao primeiro abraço e ao primeiro modelo de amantes no quarto com vidros para todos os lados. "Estranho, isso nunca aconteceu comigo!" e ele também nunca tinha experienciado um romance de um dia nesse estilo tão rápido. Os beijos reaparecem ofegantes e foram interrompidos pelas batidas tímidas na porta: "Toma meu anjo, vocês tem direito a um edredon." O calor dividido no carro reapareceu. "Qual luz ligo eu?" Seu toque me fazia vibrar. Minha perna tem vida própria quando fico nervosa. A secura da garganta incomodou a performance atrapalhada. Os abraços carinhos massacravam o coração. "Não, não posso derreter assim, de imediato.". O tempo passou, ele deu conta. Dedos, mãos, olhos, pés, boca, pêlos. Você e eu quase viramos um só. Fantasmas atrapalharam o romance, roubaram a cena e levaram o tesão embora. E agora? "Agora é o tempo passar, quem avisa é o doutor."