29 de mai. de 2010

“Sabe por que Deus privou as mulheres de senso de humor? Para que elas pudessem amar os homens, em vez de rir deles”.
Sra. Pat Campbell

22 de mai. de 2010


Saudade eu tenho do que não nos coube. Lamento apenas o desconhecimento daquilo que não deu tempo de repartir, você não saboreou meu suor, eu não lhe provei as lágrimas. É no líquido que somos desvendados. No gosto das coisas o amor se reconhece. O meu pior e o seu melhor, ficaram sem ser apresentados. 
Martha Medeiros

para você que não lê o meu blog.


Sete de outubro

(...) eu não via pessoas nem sombras nem intenções, eu via possibilidades (...)

Não faço força para ser entendido. Quem faz sentido é soldado. (Mário Quintana)




Com a atenção de um cão que atravessa a rua, procurei em mim o último porquê. E digo último pausadamente, quase com medo de chegar no fim da palavra. É que são tantas coisinhas miúdas, promessas e auto-explicações lutando entre si para chegar no que, enfim, vale a pena, que não respiro. A resposta estava lá; e completamente solta da pergunta, como se há anos esperasse o suspiro final do protagonista. Sim, ele morreu. Mas não foi um final infeliz. Quem disse que tem que ter beijo e fogos de artifício quando as cortinas vermelhas se despedem do público? Quem disse que a morte não carrega em si um tipo de beleza? Invisível, ela está lá. E hoje vi um cachorro chorando na rua. Era sede, imaginei baixinho. O meu porquê então revelado, a alegria tímida de ter algo palpável, a certeza silenciosa de que o caminho estava certo, e tudo tudo abafado pelo grito do animal. Acendam as luzes, o mundo acordou. Continuei meu caminho, com as respostas brilhando dentro da bolsa de flores coloridas, e uma vontade desumana de ser cruel. Com pessoas, porque a minha alma latiria se soubesse falar. O que descobri? Que sou. E por hora, isso me basta.

***

Sabe, você não percebe, é, você não percebe que tudo isto era seu, e eu disse era, note bem o que eu disse, porque você escolheu não querer e eu escolhi alimentar falsas ilusões, eu sei você nunca falou com a suavidade dos amantes declarados, e eu me apeguei ao que não era fora de mim, me avisaram tanto, os sinais, sabe?, os sinais inteiros a minha volta desde sempre e eu baixava os olhos para não ver, baixava os olhos para o meu colo, procurando sua voz e alguma certeza, telefonemas no meio de uma noite, qualquer promessa e eu era feliz, sim, com tão pouco e eu criava uma rua iluminada onde você e eu dançávamos de rosto colado, cabelos ao vento, como os comerciais do whisky que você tanto ama, e era a mão na cintura que desequilibrava a cadeia alimentar dos sentimentos, a mão na cintura que dizia eu te amo com um falsete tão claro que me cegava os olhos, e eu não via, eu não via que suas pupilas dilatavam nas conversas de fim de noite, eu não via pessoas nem sombras nem intenções, eu via possibilidades, quis tanto a mudança que perdi o sentido, você não percebe que era amor, eu sei, mas era tudo seu, e no fim, não, ainda não posso falar em finais, se o que era seu continua no meio de lugar nenhum, tentando achar o oásis das tâmaras perfeitas, mas você nunca comeu tâmaras, é o que você me diria com um sorriso de canto de boca, e eu concordaria com raiva de você me conhecer tanto e eu não te dar nunca o tiro de misericórdia que te levaria para longe dessas coisas que já nem consigo falar, entende?, sei que entende, porque você nasceu para saber quem eu era, tantas vezes até mesmo antes de mim, tantas vezes adivinhando reações, e eu paralisada com amor pra vida inteira, censurada por gostar errado, e você, com seus cabelos enrolados nos meus dedos, achando graça de tudo, com um prazer quase cruel, e medo e raiva e amor e vontade e dúvidas e nuncamaiseuqueroissodenovo e vempracáagora e tudo e nada, e você e eu.




15 de mai. de 2010

8 de mai. de 2010

viver não dói.

Canção
Emílio Moura



Viver não dói. O que dói 
é a vida que se não vive. 
Tanto mais bela sonhada, 
quanto mais triste perdida. 

Viver não dói. O que dói
é o tempo, essa força onírica
em que se criam os mitos
que o próprio tempo devora. 

Viver não dói. O que dói
é essa estranha lucidez, 
misto de fome e de sede
com que tudo devoramos. 

Viver não dói. O que dói, 
ferindo fundo, ferindo, 
é a distância infinita
entre a vida que se pensa
e o pensamento vivido. 

Que tudo o mais é perdido. 

4 de mai. de 2010

Senhor, conceda-me...


Santa virtude, essa tal de paciência.

3 de mai. de 2010

todo cuidado ainda é pouco.

Sabe aquele lance de tomar cuidado com o que deseja pois ele pode se realizar?
Pois é.

passa logo, ano.

Eu realmente amo a psicologia, mas detesto com todas as minhas forças o meu curso. Dá pra chegar logo no final, meu Deus? Tá hard esse lance de ir para a faculdade todos os dias, enfrentar aulas monótonas e vazias e ter que me relacionar com professores babacas e colegas chatos.

Nunca quis tanto que algo acabasse quanto eu quero agora. Queria me formar amanhã!