7 de ago. de 2010

31.08.09 - ao jornalista infeliz

A nossa trilha sonora só foi conhecida por mim, escolhi a dedo e com carinho achando que com isso iria te trazer pra mais perto. Pensando que com isso iria conseguir manter teu interesse em mim; tirando o foco do teu umbigo. Queria te mostrar que o mundo é mais do que somente satisfazer o seu próprio prazer. Reuni em uma pasta as canções mais convidativas, ensaiando cada rima, estrofe ou refrão que poderia te induzir a atear fogo no meu colchão. Te convidei para ultrapassar os limites fantasiosamente estabelecidos dentro dessa nossa relação ‘pré-existente’, você supôs que eu iria vacilar, mas eu paguei pra ver, quem vacilou foi você. E como o vacilo foi grande, meu Deus. Deus nunca tinha sido problema para nós, nunca até esse momento. Você, endossando o coro dos infelizes mentirosamente conformados com sua vidinha medíocre de solteirão desamparado; clamando ao teu Deus-lembrado somente, convenientemente, quando se sentia deslocado do galinheiro ou então quando percebia um aperto no coração. Eu, com a minha fé autoproclamada como pouca, mas sempre vivenciada, torcendo e orando para que você coubesse na minha realidade. Realidade essa cruelmente descolada daquele mundo maravilhoso e tedioso, de tão perfeito. Decidi me arriscar na vida de verdade me doando pra você. Me lancei sem pára-quedas nos teus braços tão sedutores, consegui me alegrar com teus olhos gulosos e beijos desestruturantes, pensei estar indo bem com suas três respostas engatilhadas... mas, me enganei. Me enganei feio, me desiludi bonito, me desenrosquei na teia e me senti deixada de lado. Você foi galanteador e no pós-dia-perfeito se mostrou insuficiente, pouco, pequeno. Por quê? Pra quê? O que você ganha com isso, sendo tão egoísta e imaturo? A imagem de homem que valia a pena foi dissolvida, de forma triste. Foi derretendo toda como açúcar em minha boca. Aquela boca, a que você tanto gostava de idolatrar. Você derreteu. Eu continuo aqui, lutando para manter o sorriso intacto no rosto enquanto você tripudia no meu coração.

2 de ago. de 2010

Tenho amor incondicional pelas pessoas que entram em minha vida e, sinceramente, não sei o quanto isso é bom nos dias atuais. Talvez esse seja meu pior defeito.
Cazuza