24 de mar. de 2011

Ao libanês desgraçado.

Necessidade urgente de escrever. Vomitar palavras, desejos. Colocar pra fora todo esse incômodo que sabe-se lá se posso chamar de dor. Decepção. Sim, decepção, essa é a palavra. E é dela que eu faço coleções.

Pra que mentir? Ele gosta de sexo? Tudo bem, eu também. "Uma relação não é pautada nisso... é?" Mas... pra que mentir? Ele tem uma família em São Paulo? Ah tá. não entendi.

Medo. O medo tomou conta de mim. ainda bem que eu não cedi. Foi divertido enquanto durou. Acho que a vida é assim, ela é divertida enquanto dura. Dói, mas o que dói é essa nojenta realidade, que fica cada vez mais repugnante e explícita, de que as pessoas não valem a pena... de que eu tenho toda a certeza do mundo em querer me preservar, mesmo no fundo não querendo ter certeza alguma assim. Dói a tentativa de fazerem você de boba. Só a tentativa, porque graças a Deus, aos meus neurônios e ao meu pai São Jorge eu sou esperta e inteligente e não sou fácil de engabelar. Quando você tá indo com a cana eu já voltei com o algodão-doce no palito.

Dói essa situação desprezível de certificação de que a mentira, aquela velha conhecida humana, é masculina. Ela deveria ser chamada "o mentiro". 

Ainda bem que não cedi, não me aprofundei... não o deixei se coroar senhor rei de mim. Foi bom enquanto durou, mas serviu para deixar um pouco mais duro o meu coração. É de cimento a matéria de que ele quer ser feito. Não quero mais o coração parente daquele coração do Saramago: carne estraga e apodrece. Sangra, sangra demais. O meu vai continuar sangrando até depois que tiver nele mais de 30% de cal. Não tem jeito, sou humana... mas graças a Deus sou inteligente.

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